Quando falta autocontrole com a comida, e os ponteiros da balança sobem sem parar, o problema pode estar na sua cabeça, e não na barriga. Comer até sem ter fome é sinal de um distúrbio psicológico — e será preciso se conhecer a fundo para frear a comilança. A missão é desvendar o que te fez ter essa relação de exagero com os alimentos.

“Não é só fazer dieta, é importante ter apoio da psicoterapia para compreender a mudança, entender suas motivações e aprender a se defender dos estímulos errados”, explica Arthur Kaufman, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP.

Ou seja: a mente tem que mudar junto com o corpo. Para diferenciar o que é fome da vontade de comer, você tem que saber em que grupo se enquadra.

Os comilões que mais aparecem no consultório:

  • Come por impulso

A cena é: você está de dieta, mas entra na cozinha e vê um doce incrível. Sem nem pensar direito, e nem se lembrar do esforço para manter o foco, bastam algumas garfadas para devorar tudo! Nessa necessidade imediata de recompensa, a pessoa come sem controle e depois sofre por ter estragado a vida saudável.

  • Devora por vontade mesmo. Mas é muita vontade!

Pode ser normal, saudável ou patológico. Tudo bem ter vontade de comer brigadeiro de vez em quando, mas não o tempo todo. O problema aqui é não considerar a saúde e comer apenas o que quiser, na hora em que quiser, pensando apenas em ter prazer.

  • Come em resposta aos sinais externos

Sabe quando você acha que tem o controle da alimentação, mas vai em uma festa e não resiste em ver a cerveja e as coxinhas? Ou passa em frente a uma loja de bolos e para para comprar um na hora? Basta ver os alimentos por perto para você perder o controle e mandar tudo para dentro.

  • Amigos engordativos

Não precisa culpá-los, mas será necessário se defender de tantas ofertas e dos perigos daqueles que dizem: “Fica mais um pouquinho, afinal, furar um dia a dieta não engorda, é só uma saideira?” O problema é que um único petisco geralmente leva esse tipo de pessoa a emendar outros dez e enfiar o pé na jaca de vez.

  • Comilança sem controle e sem fim

A compulsão começa pelo impulso, mas você exagera na comida em pouco tempo e não dá chance ao controle. O exemplo clássico é acabar com uma caixa Bis em três minutos. Quando você percebe tudo o que engoliu se sente mal, se culpa e fica deprimido.

  • Come para afogar as mágoas

É o que acontece com quem desconta na comida quando não está em um bom momento. Teve um problema e está triste? Usa a comida como uma companhia, uma espécie de apoio para ficar alegre momentaneamente e esquecer o que o chateou no primeiro momento.

Como se desvincular da comilança?

Não existe uma receita, mas já vamos avisando: só comer menos de uma hora para outra não basta. “Sua cabeça não compreende a mudança de apenas colocar menos comida no prato. Existe todo um processo psicológico que precisa ser vivenciado”, diz Kaufman.
Além de aprender a controlar as escolhas, você deve descobrir novas formas de se premiar e se conhecer melhor, descobrindo o que motiva essa urgência por comida. Buscar por ajuda profissional também pode ajudar a analisar a gravidade de seu caso, se existe compulsão mesmo.

Quando come sem saber o motivo, não há nada de errado aparente e comer é mais forte do que você, o problema pode ser psiquiátrico, sendo necessário até o uso de remédios.

Matéria de Maria Júlia Marques, publicada originalmente no  UOL, em  27/10/2017. Para lê-la na íntegra, acesse: https://estilo.uol.com.br/vida-saudavel/listas/que-tipo-de-comilao-voce-e-decifrar-sua-fome-pode-te-ajudar-a-emagrecer.htm

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