Sou neta, filha e mãe. Sou negra, neta da dona Nêga, uma mulher centenária cuja história foi atravessada pelas marcas da escravização. Também sou neta da dona Francisca. Contaram‑me apenas uma história sobre minha bisavó: “Foi pega no laço!” Das margens de onde vim, nenhuma mulher jamais sonhou em chegar aonde cheguei. Atuo como psicóloga e Gestalt‑terapeuta. Mestra em Estudos da
Ocupação Humana pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sou docente e a primeira mulher da família a ter uma graduação. Trago comigo a força, a fé e a esperança dos choros e alegrias da ancestralidade. O importante é abrir caminhos, fazer travessias e apontar horizontes para os que virão.
Livros deste autor
Desafios para a Gestalt-terapia
- Angélica Alves da Silva
- Carolina de Carvalho Duarte Guimarães
- Drieli Venâncio da Silva Sousa
- e mais 9 autores
R$58,90
A interseccionalidade é um conceito que explica de que forma diferentes categorias sociais — como raça, gênero, classe e sexualidade — se interligam e se sobrepõem, criando sistemas complexos de opressão e privilégio. O termo foi cunhado pela jurista Kimberlé Crenshaw e assevera que não se pode entender a opressão de forma isolada, mas sim em suas múltiplas e simultâneas dimensões. Mas até que ponto a psicologia — e, sobretudo, a Gestalt‑terapia — considera a interseccionalidade no atendimento a grupos e indivíduos?
Este livro inovador procura responder a essa e outras perguntas. Utilizando conceitos como avenidas identitárias e branquitude, os autores mergulham em diversas categorias sociais para propor uma prática gestáltica antirracista, feminista, pró‑LGBTQIAPN+, a favor dos direitos humanos e voltada para o combate de todos os tipos de desigualdade. É esse o papel dos profissionais que adotam uma abordagem tão ética e plural como a Gestalt‑terapia.