ISBN: 9788587478986
POLÍTICAS DA RAÇA
Experiências e legados da abolição e da pós-emancipação no Brasil
Organizador(es): Petrônio Domingues
Autor(es): Celso Thomas Castilho, Daryle Williams, Elione Silva Guimarães, Flavio Gomes, Isabel Cristina Martins Guillen, Israel Ozanam, James Woodard, Jessica Graham, Karl Monsma, Kit McPhee, Luiz Felipe de Alencastro, Marc Hertzman, Marcelo Badaró Mattos, Marcus Vinicius de Freitas Rosa, Maria Helena Pereira Toledo Machado, Paulina L. Alberto, Petrônio Domingues, Walter Fraga, Yuko Miki
Esta coletânea, escrita por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, aborda um longo período da história do nosso país: dos anos 1870, com o início do movimento abolicionista, a 2010, quando o STF julgou constitucionais as cotas raciais na Universidade de Brasília. Entre outros assuntos abordados estão: a formação dos quilombos; a migração de libertos por São Paulo e Rio de Janeiro; os negros no movimento republicano brasileiro; as representações culturais dos negros na música, na cultura, nas artes e na religião; linchamentos raciais no Oeste paulista; a luta entre imigrantes e ex-escravizados pela posse de terra e por moradia; a atuação dos negros na luta contra a monarquia; as relações entre o movimento operário e os trabalhadores negros; comunismo, integralismo e a Frente Negra Brasileira. Trata-se de uma obra completa, lastreada tanto pelo uso de fontes e abordagens diversas quanto pela pluralidade de ideias e pela multiplicidade de interpretações.
R$100,70
Petrônio Domingues
Graduado, mestre e doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP). É professor na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Pesquisador convidado na Rutgers The State University of New Jersey (EUA), com bolsa da Capes, desenvolve pesquisas sobre populações da Diáspora africana no Brasil e nas Américas, pós-emancipação, movimentos sociais, identidades, biografias, multiculturalismo e diversidade etnorracial. É um dos autores / organizadores do livro Experiências da emancipação (Selo Negro, 2011), autor do livro A nova abolição Selo Negro, 2008) e um dos autores do livro Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação (Selo Negro, 2012).
Celso Thomas Castilho
É professor de História Atlântica e da América Latina na Universidade de Vanderbilt (Estados Unidos), além de codiretor do Circum-Atlantic Studies Seminar e de programas de intercâmbio pela Fipse/Capes (Estados Unidos/Brasil). Seus artigos foram publicados nos periódicos Hispanic American Historical Review, Afro-Asia e Luso-Brazilian Review e abordam, principalmente, abolição, cidadania e política no Brasil, focando no Nordeste. É co-organizador, com Maria Helena Machado, de Tornando-se livre: agentes históricos e lutas sociais no processo de abolição (Edusp, 2015). Sua pesquisa está agora voltada para representações dramáticas de A cabana do Pai Tomás, peça abolicionista norte-americana, e as repercussões culturais e políticas das suas encenações no Brasil, no México e nos Estados Unidos.
Daryle Williams
É professor associado no Departamento de História e vice-pró-reitor da Faculdade de Artes e Humanidades da University of Maryland (Estados Unidos). Autor de vários artigos e capítulos sobre a história cultural brasileira dos séculos XIX e XX, escreveu Culture wars in Brazil: the first Vargas regime, 1930-1945 (2001) e co-organizou Rio de Janeiro reader: history, culture, politics (prelo). Para 2016, Williams desenvolve um livro sobre as experiências da liberdade dos africanos livres do carregamento “Cezar” entre 1838 e 1865.
Elione Silva Guimarães
É professora e pesquisadora do Arquivo Histórico de Juiz de Fora. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Sociedade, Cultura e Trabalho na região da Zona da Mata mineira, séculos XVIII-XX (Unisinos), é autora dos seguintes livros: Terra de preto – Usos e ocupação da terra por escravos e libertos (Vale do Paraíba mineiro,1850-1920), Múltiplos viveres de afrodescendentes na escravidão e no pós-emancipação: família, trabalho, terra e conflito (Juiz de Fora – MG, 1828-1928) e Violência entre parceiros de cativeiro – Juiz de Fora, segunda metade do século XIX. Produziu diversos artigos sobre leis, direitos e Justiça em relação aos afrodescendentes na escravidão e no pós-abolição.
Flavio Gomes
Professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de Mocambos e quilombos: história do campesinato negro no Brasil (Cia. das Letras, 2015) e Negros e políticas (Jorge Zahar, 2005). Foi co-organizador dos livros Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação (2012) e Políticas da raça (2014), ambos pela Editora Selo Negro.
Isabel Cristina Martins Guillen
É graduada em História pela USP. Mestre e doutora também em História pela Unicamp, com estágio pós-doutoral na UFF, é professora do Departamento de História da UFPE, atuando também no seu programa de pós-graduação. Coordenadora do Laboratório de História Oral e da Imagem da UFPE (Lahoi), dedica-se a formar um acervo documental sobre a cultura negra do Recife ao longo do século XX, enfocando especificamente a história dos maracatus nação e dos movimentos negros. Tem trabalhos publicados sobre o tema e coordenou o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Maracatu Nação.
Israel Ozanam
É doutorando em História pela Unicamp, na área de História Social da Cultura, bolsista da Fapesp e membro do grupo de estudos Terça com Tobias. Em 2013, defendeu no programa de pós-graduação em História da UFPE a dissertação Capoeira e capoeiras entre a Guarda Negra e a Educação Física no Recife, selecionada para publicação pela Editora da UFPE. Publicou diversos textos, entre eles “O popular dentro e fora dos mocambos do início da República”, presente no livro Fronteiras culturais do Recife republicano, publicado em 2013 pela mesma editora.
James Woodard
É professor associado do Departamento de História da Montclair State University, bacharel em História pela University of North Carolina e doutor também em História pela Brown University. É autor de A place in politics: São Paulo, Brazil, from seigneurial republicanism to regionalist revolt (Duke University Press, 2009) e de vários artigos em revistas especializadas editadas no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos.
Jessica Graham
É professora de História na University of California (San Diego). Bacharel em Estudos Afro-Americanos pela University of California (Los Angeles), é mestre em Estudos Africanos pela Cornell University e doutora em História pela University of Chicago. Atualmente escreve um livro sobre o impacto de vários fatores – principalmente o comunismo, o fascismo, os ativistas negros, a Segunda Guerra Mundial e a relação entre os governos Vargas e Roosevelt – nas ideias raciais de democracia política no Brasil e nos Estados Unidos no período de 1930 a 1945.
Karl Monsma
É professor associado de Sociologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É autor de A reprodução do racismo: fazendeiros, negros e imigrantes no Oeste paulista, 1880-1914 (prelo, Ed. UFSCar) e de vários artigos e capítulos de livros em português, inglês e espanhol sobre racismo, imigração, relações interétnicas, trabalhadores rurais, teoria social e métodos de pesquisa histórica, focalizando principalmente as áreas rurais de São Paulo, Rio Grande do Sul e Buenos Aires no século XIX e início do XX.
Kit McPhee
É diretor da Faculdade de Humanidades em Caulfield Grammar School, em Melbourne, na Austrália. Doutor pela Universidade de Melbourne, pesquisou as relações raciais no Rio de Janeiro no início do século XX, enfocando sobretudo as interações entre a comunidade de imigrantes e os afro-brasileiros. O capítulo desta coletânea apareceu pela primeira vez no Journal of Latin American Studies (fevereiro de 2006). Kit também publicou “Immigrants with money are no use to us: race and ethnicity in the Zona Portuária of Rio de Janeiro, 1903-1912”, artigo da revista The Americas (abril de 2006).
Luiz Felipe de Alencastro
É cientista político e historiador, professor emérito da Universidade de Paris Sorbonne e professor da Escola de Economia da FGV-SP. É autor de O trato dos viventes – Formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII (Companhia das Letras, 2000).
Marc Hertzman
É doutor em História da América Latina pela Wisconsin-Madison University (Estados Unidos). Atualmente, é professor da Universidade de Illinois (também nos Estados Unidos). Fez seu pós-doutorado na Wesleyan University e foi professor e diretor do Centro de Estudos Brasileiros na Columbia University (Nova York). Sua tese foi premiada pela New England Council of Latin American Studies, e seu primeiro livro, Making samba: a new history of race and music in Brazil (Duke University Press, 2013), ganhou menção honrosa do Bryce Wood Book Award, concedido anualmente pela Latin American Studies Association. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre Edison Carneiro e a história das ciências sociais, da raça e da política de esquerda no Brasil.
Marcelo Badaró Mattos
É professor titular de História do Brasil na UFF. Publicou diversos livros, entre os quais Escravizados e livres: experiências comuns na formação da classe trabalhadora carioca (Bom Texto, 2008) e E. P. Thompson e a tradição de crítica ativa do materialismo histórico (Editora da UFRJ, 2012).
Marcus Vinicius de Freitas Rosa
É bacharel e mestre em História pela UFRGS e doutor em História Social da Cultura pela Unicamp. Iniciou sua carreira de historiador investigando o carnaval de Porto Alegre durante a era Vargas, enfocando os múltiplos significados atribuídos à festa por diferentes atores sociais. Atualmente, estuda as relações raciais entre negros e brancos, libertos e imigrantes, africanos, europeus e brasileiros, durante o pós-abolição em Porto Alegre, sobretudo o processo histórico em que a noção de “raça” surgiu como nexo político para a formação de agremiações formadas por homens “de cor”.
Maria Helena Pereira Toledo Machado
É professora titular do Departamento de História da Universidade de São Paulo. É autora de diversos livros e artigos sobre escravidão, abolição e raça, ciência e viagem no século XIX. Entre suas principais publicações encontram-se os livros Crime e escravidão (2014), O plano e o pânico: movimentos sociais na década da abolição (2010), (T)races of Louis Agassiz: photography, body, and science, yesterday and today/Rastros e raças de Louis Agassiz: fotografia, corpo e ciência ontem e hoje (2014) e Brazil through the eyes of William James: letters, diaries, and drawings (2006).
Paulina L. Alberto
É doutora em História pela University of Pennsylvania (Estados Unidos). Desde 2005 é professora da University of Michigan (Estados Unidos), atuando nos departamentos de História e de Línguas (Espanhol e Português). Dedica-se ao estudo da ligação entre ideologias de raça e nação na América Latina, especialmente no Brasil e na Argentina, focando grupos e movimentos afrodescendentes. É autora de Terms of inclusion: black intellectuals in twentieth-century Brazil (University of North Carolina Press, 2011) e de vários artigos sobre o ativismo negro e as ideologias raciais no Brasil. O livro venceu os prêmios Roberto Reis (Brazilian Studies Association, 2012) e Warren Dean (2013). Organizou, com Eduardo Elena, o livro Shades of the nation: rethinking race in modern Argentina (no prelo). Hoje, faz pesquisas para seu próximo livro, Racial stories: lives, deaths, and afterlives of Argentina’s “Negro Raúl” (1880-2010).
Petrônio Domingues
Graduado, mestre e doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP). É professor na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Pesquisador convidado na Rutgers The State University of New Jersey (EUA), com bolsa da Capes, desenvolve pesquisas sobre populações da Diáspora africana no Brasil e nas Américas, pós-emancipação, movimentos sociais, identidades, biografias, multiculturalismo e diversidade etnorracial. É um dos autores / organizadores do livro Experiências da emancipação (Selo Negro, 2011), autor do livro A nova abolição Selo Negro, 2008) e um dos autores do livro Mulheres negras no Brasil escravista e do pós-emancipação (Selo Negro, 2012).
Walter Fraga
Nasceu em São Félix, Recôncavo Baiano, em 1963. É professor de História do Brasil da UFRB. Fez graduação e mestrado em História na UFBA e doutorado em História Social pela Unicamp. É autor de Mendigos, moleques e vadios na Bahia do século XIX (1996) e de Encruzilhadas da liberdade: histórias de escravos e libertos, Bahia, 1870-1910 (2006). É coautor do paradidático Uma história da cultura afro-brasileira (2009).
Yuko Miki
É professora assistente de História do Atlântico Ibérico na Fordham University, Nova York. Nascida em Tóquio, no Japão, formou-se em História na Brown University e obteve o mestrado e doutorado na New York University. Suas pesquisas enfocam o cruzamento da história dos povos negros e indígenas e as experiências de escravidão e liberdade no mundo atlântico do século XIX. O capítulo incluído neste volume recebeu o prêmio de melhor artigo da Latin American Studies Association (seção Brasil) e do Conselho para a História da Mulher da American Historical Association.
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