É comum achar que a sexualidade feminina é mais difusa, misteriosa e calcada em detalhes. A masculina, por outro lado, é tida como óbvia, simples, fácil de decifrar. Não é bem assim. Primeiro, porque nenhum cara é igual ao outro. Segundo, porque séculos de educação machista serviram para reprimir vontades, disfarçar desejos e incutir um jeito meio padrão de agir, que nem sempre corresponde à realidade. Vamos a alguns fatos:
- As emoções afetam, sim, o desejo deles
Sentimentos de perda, tristeza ou vivenciar uma grande frustração podem deixar o homem completamente desligado do desejo sexual. Por outro lado, uma grande ansiedade devido a alguma experiência nova costuma tornar muitos sujeitos mais acelerados, propensos a lançar mão do sexo (inclusive o solitário) como válvula de escape. Os homens são tão emotivos quanto as mulheres. A questão é que, desde cedo, foram ensinados a não abrir seus sentimentos. A cultura machista encara a emoção masculina como fraqueza e inferioridade. Equívoco que, ainda que a passos lentos, felizmente vem sendo combatido.
- Quanto mais “empoderados” alguns querem parecer, mais vulneráveis estão se sentindo
A necessidade de elogios, curtidas nas redes sociais, atenção para se sentirem amados e satisfeitos e, em alguns casos, quantidade em vez de qualidade nos relacionamentos, podem ser tentativas de camuflar a insegurança. Em encontros, principalmente, muitos caras contam vantagens ou falam apenas de si para disfarçar um baita medo de rejeição. Nem sempre essas atitudes são conscientes e, claro, não são exclusividade dos homens.
- Perdem a ereção por medo da mulher
Isso ocorre quando acham a garota gostosa demais, muita areia para o caminhãozinho deles ou há tempos querem levá-la para a cama. Brochar é resultado da chamada “ansiedade por temor de desempenho”: a vontade de satisfazer a mulher é tão intensa que, infelizmente, naquele momento, a relação ficará pendente. Homens, de modo geral, são ansiosos no sexo, principalmente porque acreditam que devem mandar bem na performance. Baseiam-se na velha ideia machista de que homem não dispensa uma transa. A exigência masculina vem acompanhada de expectativas e idealizações que sufocam, angustiam e, óbvio, brocham.
- Nem todos querem fazer sexo anal
A prática foi “fetichizada” e, para muitos caras, é uma espécie de “prêmio” ou “presente” concedido pela mulher. Só que a vontade não é uma unanimidade masculina, não. Segundo especialistas, muitos revelam sentir desconforto e até dor. Muitos não querem forçar a parceira a fazer algo que elas não desejam, enquanto outros simplesmente não consideram a prática excitante. E tudo bem, pois o importante é ter liberdade de fazer aquilo que seja confortável sem seguir padrões e normas.
- Gostam de dormir de conchinha
Ou até mais que elas, sabia? Uma pesquisa do Kinsey Institute (EUA) concluiu que homens que dormem mais vezes abraçadinhos com suas parceiras tendem a ter relacionamentos mais felizes. E isso sem a menor intenção sexual: a satisfação é simplesmente pelo prazer de ficar junto, trocar beijos e carinhos. O vínculo e a intimidade, segundo consta, se fortalecem.
- O tamanho do pinto não é a única preocupação “corporal”
Muitos ainda acreditam que, quanto maior o pinto, maior a satisfação feminina. E sofrem por considerar seu pênis pequeno. Porém, muitos sentem-se inseguros quanto ao próprio corpo e vivem a servidão da estética. A masculinidade, infelizmente, ainda é associada com virilidade, músculos e força. Só que isso acontece mais na cabeça deles do que entre as mulheres, que valorizam mais as ações, as atitudes e as sensações que sentem em relação ao parceiro entre quatro paredes do que uma barriga tanquinho ou um bíceps aditivado.
- Se masturbam muitas vezes pensando na própria parceira
E não em qualquer celebridade sexy que mexe com as fantasias masculinas. Alguns caras se animam a valer mesmo quando lembram de cenas quentes vividas recentemente, como a namorada de quatro no motel ou a manobra diferente que ela fez com a língua durante o sexo oral. Outros, usam a masturbação como gatilho para certas fantasias que pretendem colocar em prática com a parceira, em breve.
- Querem que a mulher os guie
Alguns homens sentem timidez em tomar a iniciativa de propor fantasias, sugerir posições ou perguntar as preferências da parceira. Por isso, quanto mais a mulher se soltar, demonstrar e direcionar o par para os pontos onde sentem prazer, mais eles se sentirão seguros e se empenharão em corresponder às expectativas.
FONTES: Breno Rosostolato, psicólogo e educador sexual, de São Paulo (SP); Carla Ribeiro, psicóloga clínica e hospitalar especializada em saúde masculina, do Rio de Janeiro (RJ), e Paulo Tessarioli, presidente da Abrasex (Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual)
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Matéria de Heloisa Noronha, publicada originalmente no UOL, em 20/09/2017. Para acessá-la na íntegra:
https://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2017/09/20/8-coisas-que-nem-todas-as-mulheres-sabem-sobre-a-sexualidade-masculina.htm
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